Queda nos royalties beira 60% este mês e desespera prefeitos

Sabino, Alair e André mostram preocupação com a crise e os prefeitos da região decidiram se unir para encarar a situação

Casimiro de Abreu recebeu 59,9% a menos em comparação a março de 2014 e perda de Rio das Ostras este mês foi de 58,8%

Dos 17 municípios fluminenses que mais recebem royalties do petróleo, Casimiro de Abreu é o que menos dinheiro recebeu este mês: o repasse foi 59,9% menor em relação a março do ano passado, quase o dobro dos 30,6% recebidos a menos no mês passado. Essa semana entraram na conta da Prefeitura R$ 2.759.488,64 e a vizinha cidade de Rio das Ostras levou este mês 58,8% a menos que em março de 2014, tendo registrado uma perda de 29,2% em fevereiro. O repasse este mês foi de R$ 7.067.644,43. Entre os 17, o que menos perdeu foi Maricá, registrando uma queda 30,6% em comparação a março do ano passado.

O fato de as perdas registradas este mês terem representado quase o dobro da verificada em fevereiro levou os prefeitos da região a se reunirem ontem em Rio das Ostras, em encontro organizado pelo prefeito Alcebíades Sabino, que foi surpreendido com uma redução no repasse maior do que imaginava. Surpresa também com os números teve o prefeito de Cabo Frio, Alair Corrêa, que esperava que sua cidade recebesse pelo menos R$ 10 milhões e deparou com uma queda de 54,2% em relação a março de 2014. “Com toda minha experiência de 50 anos de vida pública tenho que reaprender para poder administrar com esse grave momento de falta de recursos”, disse Alair, informando que entraram na conta cerca de R$ 2,5 milhões a menos do que o esperado: foram R$ 7.413.823,81 e por conta disso o pagamento dos servidores foi adiado.

No encontro, do qual participaram ainda os prefeitos André Granado (Búzios), Anderson Brito (Arraial do Cabo), Antonio Marcos Lemos (Casimiro de Abreu) e Aluizio dos Santos Júnior (Macaé), ficou decidido que o grupo vai apelar para que a presidente Dilma Roussef ajude na liberação de cerca de R$ 1 bilhão que está em deposito judicial por conta de uma ação movida pelos municípios produtores de petróleo contra a metodologia de repasse. Foi acertado ainda que as prefeituras vão renegociar contratos com fornecedores e prestadores de serviços, além de extinguirem secretarias.

De acordo com o prefeito de Macaé, é necessário renegociar a receita para manter as cidades funcionando. “Uma das propostas é buscar com a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa a antecipação dos royalties na média do que foi repassado em 2014, durante dois anos, pois foi com esses números que foram feitas as peças orçamentárias desse ano foram feitas. Até dezembro o ano passado Macaé recebia R$ 40 milhões de royalties por mês, em média. Hoje, esse valor caiu para R$ 20 milhões”, disse o prefeito Aluízio dos Santos Júnior, explicando já ter feito uma redução de 20% em todos os contratos da Prefeitura, entre outras ações de corte orçamentário.

Comentários:

  1. Todos os municipios sofreram perdas e muito maior aqueles que não se alinharam ao goverbo estadual, ou federal,na recente campanha eleitoral. Vamos quem tem capacidade para atravessar um ano tão atipico.

  2. Ao Antonio Paranhos – A queda dos royalties se deve ao baixo preço do barril de petróleo no mercado internacional. Não há nenhum relação com apoio político.

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