
Despesas públicas ficam guardadas como “segredos de estado”
Em meio a escândalos e denúncias de devolução de dinheiro por nomeados em cargos de confiança, o Poder Legislativo de Casimiro de Abreu repetiu em 2015 a mesma prática de 2014, escondendo os gastos feitos com os recursos públicos, dinheiro que todos os meses é repassado à Câmara de Vereadores pela Prefeitura, o duodécimo determinado por lei. No ano passado o Legislativo casimirense gastou cerca de R$ 7 milhões, quase o mesmo valor do total recebido pela Casa este ano. O que entra é muito claro. Os gastos é que são obscuros, já que o presidente Alessandro Macabu Araújo, o Pezão – que está sendo investigado pelo Ministério Público por conta de denúncias de que teria ficado com parte dos valores pagos a assessores e ocupantes de funções gratificadas – descumpre a lei da transparência quando não traz à luz às despesas reais com salários, gratificações, subsídios, diárias e com os serviços prestados à Câmara por empresas e terceiros.
Este ano o município foi atingido por uma forte crise financeira e o Poder Executivo tomou várias medidas, cortando salários e exonerando ocupantes de cargos de confiança, exemplo que a Câmara não seguiu em nenhum momento. Alguns assessores continuaram recebendo gratificações de 100% sobre seus salários e nenhum corte de despesa foi divulgado pelo presidente da Casa, que muda de assunto toda vez que é questionado sobre os gastos do Legislativo.
Cada um dos nove membros da Câmara tem direito a três assessores, com salário de cerca de R$ 3 mil, mais uma gratificação de 100%. Soma-se o subsídio (não divulgado oficialmente), o auxilio combustível e a pagamento de diárias as quais os vereadores tem direito quando saem do município supostamente a serviço.
Matérias relacionadas:
Vereadores na contramão em Casimiro de Abreu
Mais lama na Câmara de Casimiro de Abreu
Vereadores ignoram denúncias na Câmara de Casimiro de Abreu