
Quando um ex-presidente da República é conduzido coercitivamente para depor pela Polícia Federal mesmo sem ter recebido antes uma convocação e recusado atendê-la; quando um juiz anexa em processo escuta telefônica que sabe ter sido feita duas horas depois de ele mesmo tê-la suspendido, o que a tornou ilegal; quando um representante do Ministério Público Federal concede entrevista a um jornalão do tamanho da Folha de São Paulo e diz que o melhor que o Supremo Tribunal poderia fazer era acatar certos pedidos de prisão preventiva feitos por um Procurador Geral que está doido para experimentar a faixa presidencial e, jogando para a platéia, faz esses pedidos mesmo sabendo não haver sustentação jurídica alguma para tal, acende nos brasileiros mais observadores, nos que pensam com o cérebro e não com o fígado, uma luz de preocupação. O que todos queremos é que a Operação Lava-Jato passe mesmo o Brasil a limpo, que varra os bandidos da vida pública, que lave a alma dos brasileiros e encarcere de verdade os saqueadores da nação. Queremos e torcemos por isso, mas tudo precisa ser feito dentro da lei, de forma que nada possa vir a ser derrubado mais lá na frente, em instância superior.
Agora, mais recentemente, veio a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo. Ótimo! Tem que prender? Prendam, mas façam a coisa direito, pelo amor de Deus! Bernardo, segundo apontam as investigações, teria participado de um esquema que colocou em bolsos corruptos pelo menos R$ 100 milhões tirados de trabalhadores públicos endividados com os empréstimos consignados, mas pode vir a ser solto a qualquer momento, por causa de uma barbeiragem: foram prendê-lo em dependência do Senado, onde a Polícia Federal só poderia entrar com determinação do STF e não por ordem de primeira instância.
Será que o doutor que decretou a prisão do ex-ministro não sabia que sua toga não tem o tamanho suficiente para mandar prender alguém numa dependência do Senado, que é o apartamento de onde Bernardo foi levado? Se eu que sequer sou advogado sei que isso não poderia ser feito, como um magistrado não iria saber? É preciso que se entenda de vez que o Poder Judiciário não está aí para inventar ou questionar as leis, mas para preservar o estado democrático de direito fazendo cumprir a legislação em vigor. Quando se tenta inventar dá tudo errado. Logo aparece um daqueles advogados bem pagos para derrubar a invenção e anular tudo o que fora feito em desfavor do seu cliente. É o que nós não queremos que aconteça, doutores.
Tem outra coisa. Aquela delação premiada do “ex-dono” da Transpetro, Sérgio Machado, é um acinte. O cara só se deu bem e quem conhece do assunto diz que a deduragem dele pode ser facilmente derrubada lá na frente. O malandro vai ficar “preso” numa mansão, poderá conviver com 27 pessoas, ter um padre a sua disposição e conseguiu um acordo fantástico: os filhos dele que muito se beneficiaram do esquema sequer serão processados.
O que os cidadãos e cidadãs de bem deste país querem é que a Operação Lava-Jato limpe todo o Brasil, mas que use o detergente certo, pois do contrário ainda sobrará muita sujeira pelos cantos e os sujos acabarão saindo premiados, em vez de punidos como merecem.
Esta é a opinião do elizeupires.com. Pensemos nisso, tenham um bom domingo e até amanhã se o Grande Pai assim permitir.
Penso que a Lava Jato está realmente mudando as coisas em nosso pais, mas não sou cega e vejo que tem sim uns estrelinhas querendo aparecer além da conta.
Lula pode até não vir a ser preso, mas só aquela condução coercitiva serviu para dar uma murchadinha na bola dele.
Olá, Elizeu Pires. Concordo com a sua opinião, mas quero chamar a atenção para o bebê deitado, coberto pela bandeira no quado do Pedro Bruno. Ele brinca com uma estrela branca a ser colada no pavilhão. Representa todos nós que temos esperança de um Brasil Melhor.
[quote name=”Mirtes”]Penso que a Lava Jato está realmente mudando as coisas em nosso pais, mas não sou cega e vejo que tem sim uns estrelinhas querendo aparecer além da conta.[/quote]
Também vejo, isso, infelizmente.
O Brasil, apesar de algumas polêmicas jurídicas, será visto daqui para frente como o antes do juiz Sergio Mouro e depois dele.