● Elizeu Pires

Não se sabe se por incompetência ou coisa ainda pior, a Prefeitura de Queimados, na Baixada Fluminense, continua esticando a novela dos mais de seis mil tablets comprados sem licitação em dezembro do ano passado por meio de um processo administrativo nada transparente, que custou R$ 7,3 milhões aos cofres públicos.
De acordo com a assessoria de imprensa da gestão do prefeito Glauco Kaizer os aparelhos começaram a ser entregues no início deste mês, mas o estranho é que não se revela a quantidade já disponibilizada aos alunos da rede municipal de ensino nem é liberada uma imagem sequer do ato de entrega.
Considerando os questionamentos que vem sendo feitos desde janeiro e o fato de algumas pessoas ainda duvidarem de que a empresa – que recebeu pagamento a vista – já tenha feito a entrega integral dos dispositivos, a administração municipal deveria dar o máximo de transparência ao processo, registrando em vídeo ou fotografias, e disponibilizar as imagens pelo menos no site oficial, já que o prefeito se acha no direito de não prestar contas à opinião pública através dos meios de comunicação.
Sem planejamento – Cercada de mistérios – uma vez que a Prefeitura se recusava a informar a quantidade e marca adquirida, valor unitário dos equipamentos, a origem da ata de preços aderida e não disponibilizava o contrato firmado com a empresa Conesul Comercial e Tecnologia Educacional – a compra de 6.200 tablets foi, no mínimo, apressada.
É que a maioria das unidades de ensino não contava até o mês passado com rede de internet, muito menos tomadas suficientes para que os estudantes pudessem fazer a recarga das baterias. Mas se a Prefeitura não teve pressa em dar transparência ao processo nem para fazer a entrega dos dispositivos aos alunos, agiu rapidamente para pagar pelo fornecimento à empresa contratada, pois o contrato foi firmado no dia 28 de dezembro e o pagamento integral no valor exato de R$ 7.371.800,00 foi feito no dia 30 do mesmo mês.
*O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de Queimados.
Matérias relacionadas:
Onde estão os tablets que custaram R$ 7,3 milhões, prefeito?