● Elizeu Pires
O prefeito de Tanguá, Rodrigo da Costa Medeiros – que no mês passado foi condenado a uma pena de cinco anos e seis meses em regime semiaberto em processo do tempo em que atuou na Prefeitura de Guapimirim –, está anunciando a implantação de um distrito industrial nesse pequeno município do estado do Rio de Janeiro, e para isso foi desapropriada uma área rural de 1,516 milhão de metros quadrados, terras da Fazenda Nerolândia, registrada em nome da empresa Primola Consultoria e Participações, que tem como sócia administradora, segundo consta na Receita Federal, Marcela Greyce Reis de Oliveira de Farias, irmã do prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis.
Os moradores da cidade aplaudem a ideia do polo industrial, mas observadores mais atentos estão encafifados com uma coisa. É que o decreto no qual Rodrigo Medeiros declara o interesse da Prefeitura de Tanguá pela fazenda foi emitido no dia 29 de setembro do ano passado, e o documento – que foi publicado no diário oficial de 5 de novembro – não faz menção alguma ao valor pelo qual a propriedade da irmã de Washington foi adquirida pelo pobre município de Tanguá.
De acordo com o artigo 1º do Decreto Nº 145/2021, fica considerado de utilidade pública “para fins de desapropriação amigável ou judicial”, área de terras no total de exatos 516.602,82 metros quadrados. Curto e grosso, o artigo 2º diz apenas que “a área destina-se a criação de parque Industrial”, o que pode ser conferido aqui.
Já quanto custou ou vai custar essa aquisição aos contribuintes do município, a julgar pela falta de informação no que a Prefeitura tem coragem de chamar de Portal da Transparência, deve ser apenas um detalhe.
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