Macaé não explica ‘penduricalho’ que gera supersalário

Depois dos escândalos dos ‘fantasmas’ e da ‘caixinha’ agora tem mais essa

O prefeito que anuncia – com pompas e circunstâncias – ter reduzido o próprio salário e cortado centenas de cargos comissionados para economizar nos gastos com pessoal é o mesmo que vem permitindo um ‘acerto financeiro’, manobra que tem resultado num penduricalho nos contracheques de alguns privilegiados do governo. Aluizio dos Santos Junior, o Dr. Aluizio (foto) ainda não deu uma palavra sobre o assunto, mas os contribuintes de Macaé querem saber, por exemplo, por que o procurador geral do município, Augusto Cesar Salgado, recebeu remuneração líquida de R$ 46.368,87, R$ 15.876,22 pelo cargo comissionado e mais R$ 30.492,65 como ‘acerto financeiro’.

Como o governo ainda não se pronunciou sobre o ‘penduricalho’ que teria engordado contracheques de outros secretários, o Ministério Público deverá ser mais uma vez acionado, como aconteceu no caso que resultou na ‘Operação Caixinha’, que casou a demissão de pelo pelos dois secretários e no afastamento de um vereador, depois que a Promotoria de Justiça apurou que assessores lotados na Secretaria de Agroeconomia estavam sendo obrigados a devolver parte do salário.

Para os servidores efetivos, as folhas de pagamento da Prefeitura e das várias fundações do município precisam ser passadas a limpo, sendo alvo de uma auditoria independente, pois ninguém confia nas providências que o prefeito diz estar tomando. Desde 2015 que tem surgido denúncias de funcionários fantasmas, assombrações nunca encontradas nos corredores da Prefeitura, mas que não costumam faltar nos caixas eletrônicos para sacarem o salário.

O MP começou a investigar o caso da ‘caixinha’ com cotas dos vencimentos de funcionários comissionados em setembro do ano passado e em dezembro a promotoria conseguiu que a Justiça determinasse o afastamento do secretário de Agroeconomia Alcenir Maia Costa, do vereador José Franco de Muros, o Zé Prestes e do assessor Luiz Otávio Fernandes Gervásio, acusados de ficarem com parte da remuneração de ocupantes de cargos comissionados.

Depois de uma operação de busca e apreensão Aluizio convocou uma entrevista coletiva para dizer que a ação do MP aconteceu por causa de uma auditoria interna. A promotoria negou e afirmou em nota que a Prefeitura limitou-se a encaminhar formulário padrão aos servidores, uma papelada na qual “nenhum rumor de repasse foi constatado”.

  

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